terça-feira, 8 de abril de 2008

Não doeu nada em mim...


“Dei sem dar e beijei sem beijo.
(...)
Não amei bastante sequer a mim mesmo,
contudo próximo. Não amei ninguém.
Salvo aquele pássaro -vinha azul e doido
que se esfacelou na asa do avião.” (Confissão...
Carlos Drummond)

Furei teus olhos pretos
que emanavam desejo e sedução

Queimei tua língua
macia que percorria meu corpo em noites frias

Amarrei em duras
correntes de aço suas mãos que transmitiam todo ardor de amor que percorria tuas
veias

Cortei com faca afiada
teu sexo que tantas vezes me possuiu...

NADA DISSO ME DOEU,
nada disso me machucou, tudo isso me fez bem e se perguntarem a mim o que
ficou...responderei...Ficou sua lágrima surda, sua voz muda, seu toque
insensível, seu grito de dor inaudível...ficou a marca de quem traiçoeiramente
me usou para mostrar-se MACHO, para entretanto morrer devagar e sofridamente,
nos braços de sua FÊMEA...

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